Youtuber Mirim: Isso é Bom ou Ruim?

Youtuber Mirim: Isso é Bom ou Ruim?

Meu filho quer ser um Youtuber mirim: Isso é bom ou ruim?

Para criar e administrar um canal no YouTube, o jovem precisa de uma certa habilidade. Embora seja um processo tranquilo, subir um vídeo demanda tempo e uma boa dose de macetes para ser visto.
A quantidade infindável de truques e dicas para youtubers brota como o sonho de ser famoso. Esse interesse pelo digital, trabalha no jovem noções de processamento de dados e uma dose de marketing digital. O raciocínio lógico ferve, bem como as relações pessoais interdigitais. Um baita aprendizado que se inicia num projeto com metas e objetivos.

Aprendizado de um Youtuber Mirim

Já existem no mercado cursos para os jovens aprenderem a gravar, editar e publicar seus vídeos. “O curso de Youtuber tem muitos benefícios que vão além de ensinar como gerenciar um canal, como, por exemplo, ajuda a melhorar na dicção e na versatilidade do aluno, aumenta a capacidade de organizar os pensamentos e auxilia a expor com efetividade suas emoções. Essas são habilidades que ele aplicará dentro e fora do canal”, explica Bruno Fernandes, professor da Happy Code.

Vendo por este ângulo, ter um Youtuber mirim em casa é bastante enriquecedor. Seria, se não estivéssemos falando de internet e redes sociais e todas as consequências de uma exposição digital.

Especialista

A professora e filósofa Tânia Zagury, autora dos livros “Limites sem trauma”, “Educar sem culpa” e “Os novos perigos que rondam nossos filhos”, diz que os pais precisam conversar muito com os filhos e quebrar o paradigma de que todo youtuber é famoso.
“As celebridades ligadas à web são muito poucas, e os jovens têm a falsa impressão de que basta terem um canal para ficarem famosos”. Além disso, ao publicarem sua imagem na web, os jovens e crianças estão expostos a elogios, críticas, comentários maldosos, bullying, e muitas vezes eles não estão preparados para lidar com essa exposição.

A Frustração e o Burlar as Regras

A frustração é um outro ponto a ser considerado. Na maioria das vezes, o canal para criança não vai ter a repercussão que se espera e aí ela terá que lidar com esse fracasso. Mas uma das coisas que mais preocupam a autora Tânia Zagury é a questão da idade. A idade mínima para utilizar a plataforma segundo a política do YouTube é 13 anos, entretanto, os filhos estão burlando essa regra com a ajuda dos pais, para poder ter seu próprio canal para crianças. “Na medida em que os pais burlam uma regra, eles estão mostrando aos filhos que é possível não seguir regulamentações, e isso é um péssimo exemplo em termos éticos”, afirma.

Como os Pais podem ajudar

Se seu filho tem interesse em ser um YouTuber, é preciso conversar bastante, explicar os riscos e mostrar as desvantagens. Crianças pequenas não são capazes de assimilar as consequências de ter um vídeo publicado que nunca mais irá ser apagado (por mais que se tente, as pessoas podem ter cópias dos vídeos e republicá-los).

“A imagem dos filhos é de total responsabilidade dos pais, que devem zelar e cuidar dessa integridade.”

Se seu filho tiver idade para utilizar a plataforma e tiver real interesse em ter seu canal (uma boa e longa conversa sobre expectativas, riscos e habilidades é imprescindível).

Os pais ainda precisam ter alguns cuidados:

  • Repense o desejo do canal: partiu do seu filho ou foram os pais que semearam esta ideia na criança?
  • Sempre acompanhe o que seus filhos estão postando na internet, pois uma vez que o material é divulgado, ficará para sempre na rede ( e isso vale para qualquer rede).
  • Analise o material que será publicado e caso tenha algo inapropriado, ao invés de proibir, converse e ajude seu filho a entender os riscos que a exposição de determinado conteúdo pode acarretar. Dessa maneira, você o estimula a pensar no que está divulgando.
  • Entenda o que seu filho quer divulgar: ter um canal simplesmente por ter, por que todo mundo tem, não é uma lógica correta.
  • Estimule seu filho na criação de vídeos, se perceber que o canal está sendo uma ferramenta de avanço no seu desenvolvimento. Interaja e sugira temas, mantendo seu filho sempre animado e determinado.
  • É normal surgir um desânimo depois de alguns vídeos postados, por isso a importância de acompanhar todos os passos e nesse momento, é fundamental a geração de auto-estima em seus filhos. Lidar com o fracasso é inevitável para qualquer um que publique vídeos, iniciantes ou youtubers com certo prestígio.
  • E lembre-se: tudo que é em excesso é prejudicial. A criança deve compreender a necessidade de equilibrar seu tempo entre virtual e real, sem que haja prejuízos acadêmicos e/ou sociais.

Conclusão

O Youtube é uma plataforma muito democrática em que qualquer pessoa pode ser produtora de conteúdo. Muita coisa interessante pode ser acessada por lá. Mas por ser uma plataforma acessada por milhões de usuários, é preciso muita cautela. Você não deixaria seu filho subir num palco e fazer qualquer coisa. A gente se preocupa se ele estará seguro, se saberá lidar com o fracasso, com os aplausos e as vaias, com a fama se ela ocorrer.
Não é só postar por postar. O vídeo, uma vez postado, não é mais controlado.

Na dúvida, não poste. Na dúvida, enrole, e deixe o canal para mais tarde, até que seu filho e você estejam preparados.

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